A mais antiga igreja do Estado de Goiás foi reconstruída após um incêndio que quase a destruiu completamente.
A Igreja de Nossa Senhora do Rosário, a igreja matriz de Pirenópolis, é um templo católico, localizado na cidade de Pirenópolis, Goiás.
Para o povo goiano, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário é o maior centro da fé católica, e também para aqueles que, por sincretismo, têm o ponto mais alto da religião na região. É a mais tradicional igreja católica do estado de Goiás, dedicada a Nossa Senhora do Rosário, padroeira dos Pirenópolis. A imagem de Nossa Senhora do Rosário chegou a Pirenópolis em 1727, sendo a padroeira da cidade.
Centro, Pirenópolis - Estado de Goiás, 72980-000
A construção
O Arraial das Minas de Nossa Senhora do Rosário, atual Pirenópolis, foi fundado em 7 de outubro de 1727, pelos garimpeiros que aqui se instalaram para explorar o potencial ouro das margens do rio Almas.
A construção da igreja que seria consagrada a Nossa Senhora do Rosário teve início no ano de 1728, sendo construída em sistema misto de argamassa, adobe, pedra e alvenaria de madeira.
Os primeiros registros relacionados à matriz foram feitos em 1732, com o primeiro batismo realizado na igreja e em 1734, quando teve início o registro no Livro das Mortes dos sepultamentos realizados na Matriz.
Igreja Matriz de Pirenópolis
Para chegar ao seu aspecto contemporâneo, a igreja passou por vários acréscimos e alterações. Em 1758, foi realizado o assentamento do piso da capela-mor e, em 1761, foram construídos o retábulo e as quatro janelas da capela-mor, além das portas de acesso à sacristia e ao consistório. A “camarinha”, espaço situado atrás da capela-mor, foi acrescentada em 1763, ano em que a Confraria do Santíssimo decidiu construir uma segunda torre, provavelmente a torre esquerda (lado nascente).
As pinturas do frontispício do altar-mor foram executadas em 1766, por Reginaldo Fragoso de Albuquerque. Para aumentar o espaço da capela-mor, em 1769 o altar-mor foi recuado. As duas estátuas de anjos com trombetas e a cortina que compõem o arco da travessia foram feitas em 1770, em talha. Em 1771, o sino original foi remodelado pelo mestre Manuel José Pereira. Em 1803 foi instalado o sino, que foi remodelado em 1939 (o mesmo que permaneceu até o incêndio de 2002). O botânico inglês William John Burchel (1823) percorreu a região e registrou a igreja com torres mais altas do que a configuração atual.
Em 1832, foram deliberadas grandes reparações na Igreja Matriz, que na realidade só ocorreram em 1838, com o desmoronamento da cobertura do arco do altar-mor, dando início à renovação efectuada pelo Comandante Joaquim Alves de Oliveira, no início da igreja. para adquirir sua característica contemporânea.
Entre 1863 e 1864, a ornamentação da igreja, a pintura do teto da capela-mor e da abóbada do trono foram realizadas pelos artistas da cidade de Inácio Pereira Leal e Antônio da Costa Nascimento, auxiliados pelo jovem Francisco Herculano de Pina.
O relógio Matriz foi instalado na torre do sino em 1866 e foi substituído por um relógio de pêndulo de fabricação alemã em 1885. Em 1936, o púlpito do bicentenário foi demolido.
A Igreja Matriz de Pirenópolis foi declarada Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1941. Entre 1973 e 1986, o SPHAN (atual IPHAN) realizou diversas reformas no prédio.
Características
En estilo colonial, la matriz tiene los cimientos de mampostería (piedra) y los muros de tierra apisonada (pilão) (arcilla arcillosa). Solo los muros más altos de las torres están hechos de adobe (ladrillo cocido al sol). En el frente, la tierra apisonada está reforzada por una jaula de madera (aroeira), externa e internamente.
La iglesia fue construida para que, a cualquier hora del día, el sol brille en su fachada. La torre del lado este fue construida en 1763. Hasta ese momento, solo existía la torre con la campana.
Elementos Artísticos
Nossa Senhora do Rosário - Padroeira de Pirenópolis
Em talha com laminação de ouro, os cinco magníficos altares expressam a habilidade e paciência dos entalhadores e marceneiros eméritos do século XIX.
O altar-mor, construído em 1761, expressa o aspecto típico de um barroco simples, bem como o uso parcimonioso de ornamentos dourados. É composta por um trono central, que exibe a imagem de Nossa Senhora do Rosário, e dois nichos laterais, a meia altura, ocupados por São Vicente de Paulo, à esquerda, e por São José, à direita.
As antigas estátuas da Igreja Matriz, em talha, são de origem portuguesa. Em 1773, as imagens de Santo Antônio de Pádua, São Miguel e São Francisco de Paula já estavam nos altares laterais.
Do lado do Evangelho, o retábulo colateral é dedicado exclusivamente ao Sagrado Coração de Jesus. No retábulo lateral encontram-se o retábulo de Nossa Senhora das Dores e as imagens de São Francisco de Paula, Santo Antônio de Pádua e Santo Emídio.
Do lado da Epístola, o retábulo colateral exibe o altar de São Miguel, a imagem de Nossa Senhora da Penha e, sob o altar, a imagem do Senhor Morto. No retábulo lateral, encontram-se o altar de Santa Ana e as imagens de São João Batista e São Gonçalo.
O arco de travessia, emoldurado por cortina vermelha franjada em tecido de imitação, é ladeado por dois anjos trombeteadores e coroado por medalhão adornado com ouro.
A Restauração de 1996 a 1999
Entre 1996 e 1999, foi realizada a restauração arquitetônica e artística da Matriz, com a participação da Sociedade dos Amigos de Pirenópolis, sob orientação do IPHAN, por meio de recursos disponibilizados pela Telebrás, por meio da Lei do Mecenato.
O processo de restauro envolveu engenheiros, arquitectos, restauradores, contramestres e operários que, unidos por uma convivência saudável e fecunda, se esforçaram por melhorar constantemente as tarefas desempenhadas.
Além de melhorar o nível técnico-profissional, a absorção da mão de obra local contribuiu para a geração de empregos e retenção de recursos na própria cidade. Desde o início, o canteiro de obras foi aberto à visitação pública, com exposições educativas, organizadas com o objetivo de esclarecer todos os aspectos do processo de restauração. O registro diário das etapas do trabalho e a documentação fotográfica profissional realizada em determinados momentos, além de permitir o acompanhamento completo das obras, gerou imagens significativas que passaram a fazer parte do acervo da Igreja.
Arquitetura
As primeiras obras tiveram como foco a restauração arquitetônica do prédio, que já estava fortemente danificado pela ação do tempo e de predadores como cupins, abelhas, morcegos da maconha e pombos.
Taipa de Pilão
Para consolidar a estrutura e neutralizar os efeitos da decadência da taipa, foi utilizada uma técnica de enxertia dos vazios com alvenaria de tijolos maciços travados e embutidos na taipa. O arame farpado, colocado entre os tijolos e preso à estrutura de madeira, ajudou, em alguns casos, a garantir uma maior aderência.
Gaiolas de Madeira
As gaiolas de madeira das fachadas principal e posterior foram totalmente remodeladas: foram substituídas peças deterioradas e introduzidas cantoneiras metálicas para permitir o reforço das juntas estruturais.
Pintura de forro, perdida no incêndio de 2002
Nossa Senhora das Dores
Com a retirada de várias camadas de gesso e a repintura das paredes da capela-mor, foi possível resgatar uma pintura parietal possivelmente datada de 1863. A pintura, uma borda azul ornamentada com flores, foi restaurada em uma seção e replicada no restante da capela.
Altar-mor
Após a obra de restauro de perdas, reintegração cromática, policromada e dourada, a pintura do frontispício do altar-mor, originalmente realizada em 1766 por Reginaldo Fragoso de Albuquerque, recuperou a sua integridade e coloração originais.
Forro
A restauração da pintura do teto da capela-mor, realizada originalmente entre 1863 e 1864 pelos pintores da cidade de Inácio Pereira Leal, Antônio da Costa Nascimento, permitiu resgatar a bela rosácea central dedicada ao padroeiro.
Arco Cruzeiro
O arco da travessia, encimado por medalhão, foi restaurado e todas as talhas em madeira, incluindo as quatro colunas que enquadram o nicho central e o tabernáculo, recuperaram o seu aspecto original.
Imaginária
A imagem de Nossa Senhora das Dores foi restaurada e colocada no retábulo lateral para que, através da sua imagem, os sofrimentos de Maria fossem recordados e venerados.
A imagem da padroeira Nossa Senhora do Rosário, trazida de Portugal no século XVIII, foi renovada e voltou a ocupar o trono central do altar-mor da igreja paroquial que lhe foi consagrada.
O Incêndio
Em 5 de setembro de 2002 a igreja sofreu um incêndio que consumiu a cobertura e todo o interior do monumento. No mesmo ano, começaram os trabalhos de resgate de emergência no prédio. O início das obras de restauro deu-se em 2003 e, em 2004, foi inaugurada a mostra Canteiro Aberto.
A Reconstrução
A reconstrução da Igreja Matriz teve início em 2003, sendo reaberta em 30 de março de 2006.
O Canteiro Aberto, exposição instalada no interior da Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário, permitiu aos moradores de Pirenópolis e visitantes acompanharem o processo de restauração, iniciado após o incêndio de setembro de 2002.
Aberta à visitação em 29 de maio de 2004 e até 17 de janeiro de 2006, a mostra recebeu um total de 35 mil visitantes de todas as regiões do Brasil e de outros países.
Através de painéis explicativos, visitas guiadas e observação do próprio edifício, foi promovido um interessante trabalho de educação patrimonial, onde os visitantes puderam interagir com o edifício, conhecer o seu valor histórico, religioso e social e participar na restauração através de críticas e sugestões.
O Canteiro Aberto sensibilizou e emocionou muitos que o visitaram, com a beleza e imponência do edifício afetado pelo incêndio, deixando nos seus visitantes uma grande expectativa para a conclusão do restauro.